sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A Pop Art – Critica ao Consumo


“(…) a nova arte pretende transferir o seu campo de acção da tela para o mundo, devorar espaços e acontecimentos até coincidir com eles.” Pag.234, in Guia da história da arte, Sandro Precatei, editorial presença


A nova arte de que fala a afirmação anterior, é nada mais nada menos que a Por Art. Segundo Lucy R. Lippard, esta arte nascida entre os anos 50-60, conheceu duas fases, uma primeiramente, na Inglaterra, criada pelos membros do “ The independent Group” designavam-na de British Pop Art; e segundamente nos Estados Unidos da América, em que os envolvidos associaram o termo pop do “ The independent Group” as suas obras, surgindo assim a American Pop Art.
Este movimento artístico surgiu através do desânimo dos artistas pop, que não encontravam na metrópole, algo que tivesse capacidade de exaltar-lhes o espírito. As publicidades, as massas, procuravam encher as pessoas de ideologias, fazendo já com que o ser humano, deixa-se de pensar por si e entrasse no mundo do consumo, da compra por satisfação, onde a autonomia e as opções livres do homem eram trocados pelo deslumbramento publicitário.
Para se contraporem a monotonia da vida quotidiana, os artistas procuraram portanto uma ligação entre o Mundo e o seu próprio mundo, a arte passou a ser uma ponte de crítica e ironia a sociedade.

Para os artistas pop estabelecerem a ligação “do seu campo de acção da tela para o mundo”, foi necessário de certa forma chocar a sociedade. A representação da figura humana passou a ser retirada, ou substituída por espécies de robots (alusão a falta de autonomia e livre arbítrio do homem moderno); os ídolos, eram alvos de representação; banda desenhada; todas as formas de publicidades, propagandas, eram usadas/alteradas/ anexadas/reinterpretadas de forma a coincidir com o mundo.

Surge aqui uma das primeiras ligações entre a arte e o consumismo.
Nesta vertente, a Arte é vista como um modo de criticar livremente a sociedade de consumo, um modo de expressar o descontentamento sentido pela população que não se deixa iludir pelo brilho das propagandas e das “caras” do mundo, população essa, que usando de mil ironias, representando as imagens de marcas, desmascara a sociedade que já então acreditava num mundo de ilusões, onde as cores e “as palavras mágicas” eram encanto para os olhos dos ingénuos seres, recolhendo assim, os primeiros frutos de uma batalha contra o consumismo!
Tania Sophie de Freitas

Algumas referências artísticas da Pop Art :

Andy Warhol (1928-1987) - Campbell’s Soup Cans, 1962; Marilyn Monroe (Hot Pink), 1967Roy Lishtenstein (1923- 1997) - M-Maybe, 1965; Popeye, 1961Eduardo Paolozzi (1924-2005)  -I was a rich man’s plaything, 1947  BUNK!, 1971
Richard Hamilton (1922) - This is tomorrowMontagem fotografica Tania Freitas





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